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18 de Abril de 2024

Da violência cotidiana do Estado contra uma classe invisível

há 7 anos

É chocante a notícia de que uma mulher, pobre, moradora de rua, ao ter atendimento negado pela rede pública de saúde, pari seu filho, em meio às dores e ao concreto da rua. E não raramente nos deparamos com notícias desse tipo no nosso triste cenário de discriminações sociais.

O Estado tem deveres. Dever de garantir o mínimo para uma sobrevivência e existência dignas. É inadmissível conviver com tamanha desumanidade e violação. Mas o que mais instiga a perplexidade é a distância entre as pessoas pobres do que lhes é de direito. É o sofrimento cotidiano, a dureza do diaadia, os diversos “nãos” recebidos por todos os cantos. Negar atendimento a uma gestante é o ápice dessa violência, mas vem arraigada de diversas outras e da ausência de empatia e humanidade. Acompanha a marginalização e discriminação de ser mulher. De ser mulher pobre. De ser mulher moradora de rua. De ser mulher pobre moradora de rua gestante. Poderiam pensar os hipócritas que essa mulher não “deveria” nem ao menos estar grávida, se não pode cuidar nem de si. E aí convivemos com mais uma violência, em meio àquelas que antecedem a negação do atendimento médico: a falsa ideia de superioridade humana.

Se houve negação a um atendimento médico para uma gestante, é porque antes disso, houveram muitas outras negações da vida e a da sociedade. A criança que vem ao mundo merece e lhe é formalmente assegurada toda a proteção. Seja ela filha de quem for. Não há o que separa merecedores e dignos de garantias, por mais que pensem que o dinheiro e a classe são divisores de águas.

É inadmissível conviver com situações como essa. Clamo pelo fim da violência contra a mulher, em todos os seus sentidos e aguardo ansiosamente por este dia, por esta era, por esta geração que valorizará nada além do que seres humanos.

  • Sobre o autorEspecialista em Direito Constitucional
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